A Comissão de Ética Pública da Presidência da República recomendou nesta quarta-feira (30) a exoneração do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, por conta das acusações que envolveram sua pasta em desvio de recursos públicos e cobrança de propina. Foi aplicada ainda uma advertência ao pedetista, cuja saída depende da aprovação da presidente Dilma Rousseff.
A advertência da comissão foi dada com base em reportagens publicadas pela imprensa, incluindo as supostas cobranças de propina feitas por assessores de Lupi a ONGs que mantinham convênios com a pasta e uma viagem que ele fez na aeronave de um empresário durante as eleições de 2010.
A decisão da comissão foi anunciada nesta quarta-feira pelo seu presidente, Sepúlveda Pertence. O procedimento de apuração foi aberto no início do mês e, segundo Pertence, as explicações de Lupi ao Congresso e à própria comissão foram "inconvenientes de um ministro".
"[Encaminharemos à Dilma] a recomendação da comissão para exoneração do ministro do Trabalho", disse Pertence a jornalistas. A decisão foi unânime.
O ministro prestou esclarecimentos sobre as acusações em audiências públicas realizadas no Congresso e conseguiu manter-se no cargo. Ele nega as irregularidades.
A assessoria do Ministério do Trabalho informou que o ministro não irá se manifestar enquanto não tomar conhecimento do teor da decisão. As investigações sobre o ministro continuam em andamento no Ministério Público e na Polícia Federal.
A comissão já recomendou anteriormente a exoneração de Carlos Lupi do cargo. Em 2007, o órgão pediu a saída do ministro, que já ocupava o Ministério do Trabalho na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, por considerar incompatível o acúmulo da função na pasta com a de presidente nacional do PDT. Após a decisão, Lupi deixou o comando da legenda.
Bol/http://www.circulodefogo.net
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